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terça-feira, 7 de junho de 2011

Degustação de cervejas Brut no Artesanato da Cerveja dia 06-06-2011


Ontem tive uma noite maravilhosa, que só não foi perfeita porque minha namorada Polly não pôde ir comigo.

Experimentamos, em uma degustação promovida pelo Artesanato da Cerveja, localizado no Shopping Woods, no Luxemburgo, as principais cervejas que utilizam o método champenoise, ou seja, imitam o processo de produção de champagnes, espumantes, cavas, entre outros muitos nomes para designar um mesmo processo de produção.

Começamos pela Wals Brut. Palmas para o mineirim que produziu esta e tantas outras belezas de cervejas. A base dela é a Trippel também da Wals, que já é uma delícia, mas com o método champenoise, ganhou uma espuma de aroma, cor e persistência inconfundíveis, fora que o sabor intensificou onde tinha que intensificar e amenizou onde deveria ser amenizado. O começo doce, com notas de frutas secas, termina num final intenso florado, carregado de lúpulo e com aquela levíssima sensação da perlagem do espumante (bem leve mesmo, o que para mim foi uma pequena decepção). A harmonização foi com damasco seco e queijo brie, um fazendo a harmonização por semelhança e outro por contraste, excelentes também!

Em seguida veio a Malheur Brut, muito semelhante à Wals Brut, mais palmas para nosso representante tupiniquim. A diferença entre as 2, para mim, foi que a Malheur tem um sabor mais harmônico, tendo um menor contraste entre o frutado inicial e o floral final, o que para muita gente, tornou essa Brut pior que a representante da Wals. Eu gostei um pouco mais da combinação da Malheur, mas tanto nela quanto na Wals, não vi valor agregado suficiente para o alto preço das cervejas desse estilo. Quase fui apredejado quando mencionei isso em meio aos colegas degustadores e apreciadores de cerveja como eu! E, por favor, não me entendam mal, as duas cervejas são DELICIOSAS! Só não acho que valem o preço, que está muito associado ao custoso processo de fabricação.

A partir daqui, começaram, para mim, as maravilhosas supresas desse estilo. Provamos a Infinium, uma parceria da americana Samuel Adams com a alemã Weihenstephan. Coisa ruim não poderia sair disso, e definitivamente não saiu! Essa cerveja não utiliza o método champenoise de produção e muitos não a consideram, portanto, nessa categoria. Porém, dizer que ela não assemelha-se a um champagne seria um ultraje, porque é uma das que mais se assemelham à bebida. O gosto adocicado e frutado dessa bebida, que parece ser oriundo de um lúpulo especial da Bavária utilizado pela técnica de dry-hopping, deu um gosto de abacaxi e/ou melaço que se desfaz suavemente num floral amadeirado, dando uma nota de vinho branco ao conjunto. Ontem na degustação, consegui convencer todos a encontrarem o gosto de abacaxi (que para mim foi pirulito e para todos foi abacaxi maduríssimo do mercado central) igual nosso colega conseguiu nos convencer da perfeição da harmonização deste com o presunto parma oferecido. Realmente, o caramelo característico dos presuntos e o seu leve salgado combinaram perfeitamente com a degustação dessa cerveja! O mais interessante dessa cerveja, é que ela segue a lei de pureza da Bavária e por isso, só pode ser usado malte, lúpulo, água e fermento na sua produção, e "só" com isso, fizeram essa maravilha!


Agora, DeuS... tinha altas expectativas para experimentar essa cerveja, tida como a mais cara do mundo (hoje já não é mais verdade), e essa belga não me decepcionou! O aspecto dela é, de longe, o que mais lembra o de um champagne, mantendo após alguns segundos do serviço, só o colarinho de bolhas peroladas típicas do espumante, ao contrário das outras, que matinham a espuma por até minutos após o serviço. O cheiro já começou enlouquecendo todo mundo, que cheiro era aquele? Ao beber, uma explosão de sabores no conjunto mais harmônico de toda a noite, ervas como manjericão e erva-doce (percebida por todos) no começo e no final, a madeira do vinho branco, uma delícia! Fora que o "sparkling" deste é o que mais remete à sensação de beber um espumante. Fiquei encucado ontem com um sabor que não consegui detectar, lendo hoje sobre essa beldade, descobri: sálvia! Senti muito esse gosto no meio da explosão de sabores de ontem e não consegui distingui-lo.


Finalizamos com a Malheur Dark Brut, muito semelhante às quadrupels trapistas. Uma delícia, mas assim como as 2 primeiras, não vi valor agregado ao preço tão elevado, quando você pode tormar belgas e holandesas trapistas com gosto semelhante e pela metade do preço. Harmonizou perfeitamente com a trufa de chocolate oferecida para fechar a noite. Como o papo estava bom, continuei no clima de sobremesa com uma Meantime Chocolate Porter por pouco menos de 23 reais, geladíssima na medida! O gosto de trufa líquida com o café do torrado do malte me sustentou ali por mais meia hora, lembrando e suspirando com as boas memórias junto aos remanescentes que aos poucos se iam (lembrando da triste realidade que era uma segunda a noite).

Valeu demais a experiência, palmas para o Marco (Totonho) e Pablo pela grande iniciativa!


Ficou no ar o combinado de pelo menos uma degustação de um estilo de cerveja por mês! Espero que não fique no ar e torne-se verdade, e que uma confraria seja formada! Tem tudo para dar certo! Vida longa às cervejas especiais, ou melhor, como foi combinado em consenso ontem, às cervejas!

No próximo post vou me apronfundar nas diversas "escuras" como a Meantime que provei e também nas Weiss (Weizen) e talvez nas "diversíssimas" "ruivas" (ambers, red ales, e muitas outras), mas o tempo, o dinheiro e o conhecimento é pouco enquanto as cervejas são muitas!

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