Pesquisar este blog

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A volta do A Boa Breja!


Depois de muito tempo sem postar, acreditei até que ia parar com isso, mas uma série de eventos me fez voltar a ter vontade de escrever sobre cerveja. Sim, escrever, a ideia do vídeo acabou sendo um grande tiro no pé, cheguei a desenvolver e testar alguns vídeos, mas não é o meu formato predileto. O primeiro fator que me fez voltar a escrever foi a brilhante palestra da famosa dupla cervejeira de BH, Paulo Patrus e Lela Montandon (alquimistas das deliciosas cervejas Grimor), que ocorreu no BH Expobier no final de semana que se passou. O segundo fator foi o vislumbre de que é possível escrever um blog sobre cervejas, saindo do clichê, do padrão, sem ser entediante ou desinteressante, que é o caso do meu blog predileto sobre cervejas do grande Marcussi, o http://ocrueomaltado.blogspot.com.br/. 

Vou tentar ser um pouco mais breve em cada post, para tentar tornar a leitura mais dinâmica e menos entediante. O conteúdo dessa série de posts que pretendo elaborar até o final do ano são de leituras especializadas e de palestras e eventos que assisti e pretendo assistir. O conteúdo desse post em questão é fundamentalmente da palestra de sábado, que achei muito interessante e resolvi compartilhar com todos aqui.

A importância da água na produção de cervejas, mas com um foco histórico, na definição dos estilos.

O sucesso e a tradição em certos locais de manterem um estilo cervejeiro, está historicamente associado ao tipo de água disponível para determinado local. O que eu lembro e pude pegar claramente da palestra foram 3 exemplos clássicos e que me chamaram muita atenção:

1 - o sucesso da Pilsen Checa foi devido ao baixo de teor de sais de suas águas cristalinas, que por apresentar baixo teor Sulfatos, pôde permitir a inclusão de quantidades elevadas do lúpulo de assinatura do esitlo, o herbáceo e picante Saaz. Isso, somado à baixa fermentação também característica ao estilo Lager, que caracteriza cervejas mais leves e com perfis aromáticos menos intensos, tornou a cerveja refrescante e ao mesmo tempo cheia de personalidade. O seu perfil aromático de lúpulo comanda o espetáculo sem ser uma cerveja fundalmente amarga, como uma IPA ou as Bitter e sua variações inglesas, com belíssimas notas de panificação (do malte) harmonizando com todo esse lúpulo.

* algumas explicações que podem ser interessantes: os Sulfatos são responsáveis pela nossa percepção do amargor no retrogosto, e o amargor de uma cerveja é oriundo, atualmente, majoritariamente pelos alfa-ácidos do lúpulo. Ao contrário das cervejas Ale, que apresentam uma fermentação alta, as cervejas Lager, dentro das quais se encontram as Pilsen, apresentam fermentação baixa (a baixas temperaturas e que se acumulam na parte baixa do tanque de fermentação).

Os outros 2 exemplos eu vou deixar para um próximo post, seguindo a linha do Alexandre, do blog que citei, que sempre deixa no ar as cenas do próximo capítulo (próximo post no caso, hehehe), como um bom romancista!

Espero que se divirtam comigo nessa minha nova jornada!

Ah, quando um post for temático como esse, vou sempre sugerir rótulos para vocês provarem o que digo não só com os seus olhos:

Pilsner Urquell - a mãe desse estilo, representa com precisão o estilo Bohemian Pilsen (a Pilsen original).

Existem várias outras, mas essa pra mim é a campeã.

Temos excelentes representantes brasileiras desse estilo, como a Wals Pilsen (não é o chopp Wals, não é a X-Wals, é a Wals Pilsen) e a Bamberg Camila Camila, que não nos fazem passar nenhuma vergonha!


A harmonização desse estilo é amplíssima, pela própria harmonia da cerveja. Mas, devido à sua elevada carbonatação, presença de lúpulo e um quê de doce da panificação, encaixa muito bem com pratos picantes, que quase sempre tem algo de adocicado também, das culinárias asiáticas e da América Central. A limpeza que o lúpulo e a alta carbonatação conferem ao palato, tornam a experiência dos pratos e das cervejas intensas, pois a cada mordida ou golada, todos os sabores vêm com tudo!

3 comentários:

  1. Que bom que voltou!!!
    Pô parece que foi uma pena ter perdido essa palestra.
    Gostei muito do post, curto bem saber os "porques" e "comos" dos sabores e sensações que as cervejas possuem.

    Complementando seu paragrafo de harmonização, uma perfeita para petiscos é amendoim japonês picante (aquele alaranjado) e Pilsner Urquel. Quase da para bater os dois no liquidificador e tomar. hehe.

    Um grande abraço, que venham mais posts!!

    ResponderExcluir
  2. Rapaz, eu não conhecia o seu blog e gostei! Agradeço a menção elogiosa à minha humilde morada virtual. Ainda bem que você resolveu voltar a escrever. Eu, particularmente, prefiro ler a assistir um vídeo, e também acho que me expresso de forma mais satisfatória pela escrita - cada meio tem suas potencialidades e seus limites, afinal de contas.

    Bacana a proposta de divulgar o que se veicula em palestras e eventos cervejeiros a que poucos têm acesso. Desde que haja concordância do palestrante/expositor, isso só ajuda a disseminar o conhecimento para além das fronteiras dos profissionais da área (que são os que, majoritariamente, frequentam esses eventos).

    ResponderExcluir