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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Uaiktoberfest

Fomos, eu, Polly e Ikona (Henrique) ao Uaiktoberfest, que ocorreu entre os dias 07 e 09 de outubro, na praça Bernardino de Lima, no centro de Nova Lima.

Fomos no domingo, chegando lá por volta de 13h. Confesso que fiquei um tanto frustrado na chegada, com muitas pessoas tomando brahma e skol da sorveteria anexa à praça e mais barracas de comida que de cerveja artesanal funcionando. Muita gente estava ali para um evento na praça e não para tomar cerveja artesanal, fora o "xou da xuxa" tocando a todo volume nesse momento do evento.

Mas, estávamos ali e começamos a beber o que tinha, na esperança de que aquilo melhorasse. Polly e Madeixa (outro apelido do Henrique) foram de Golden Ale da Krug, com o tradicional "grainy" das Áustrias aparecendo com força no chopp do evento. Essa cerveja eu gosto e assino embaixo, uma excelente Ale básica, pra mim, a melhor cerveja da categoria à qual ela se destina, a das "Pilsens" premium. Fui de Monasterium Olimpo, e fiquei triste de ver a moça que trabalhava no stand me servindo o chopp mais caro da festa sem qualquer instrução de como colocar espuma no copo. Para mim era uma versão diferente da Monasterium, que já bebi e aprovei - apesar do forte gosto de damasco e pêssego das Tripels que não me agradam tanto - mas o Olimpo é o sobrenome que essa cerveja ganha em sua versão chopp. A história desse sobrenome é legal, vem das meninas da CONFECE, que quando beberam tal cerveja falaram que era uma cerveja dos deuses e ela acabou batizada de Olimpo.

O Ikona passou para German Pilsen da Wals (acho que é o chopp X-Wals) com um perfil lupulado e portanto bem frutado (cada vez mais presente na X-Wals) sem perder a refrescância e drinkability da Pilsen. Polly foi de Backer Medieval, para mim, uma das melhores cervejas do evento. Espuma na medida, cor ruiva incrível, aroma e sabor de frutas vermelhas, fundo cítrico em meio ao dolce do malte e um levíssimo retrogosto lupulado. Uma Belgian Blond fina.

Aí a Kud apareceu e fomos todos beber uma deles. Polly e Madeixa foram de Tangerine e eu fui de Kashmir. A carbonatação não estava das melhores, mas acho que era porque a máquina tinha acabado de ser instalada. Eu, que nunca tinha provado a Witbier da Kud, vi uma das aparências mais bacanas de cerveja da minha vida: um turvor amarelo, meio alaranjado, irresistível! No aroma, muita citricidade, puxando pra laranja. No sabor, uma refrescância do trigo não maltado, trazendo uma leve nota de banana, com a citricidade da laranja (da adição da casca da fruta ao processo de fabricação) aparecendo do começo ao fim em cada gole. Não senti o coentro típico do estilo, mas confesso que não morro de amores com a sua presença - às vezes excessiva - na grande representante do estilo, a Hooegaarden. A minha Kashmir, que é a IPA da Kud, eu preciso mesmo comentar alguma coisa depois de ter falado aquelas três letrinhas, uma seguida da outra?

Nesse momento, já parecia um pouco mais um evento cervejeiro, com muita gente de chopps de várias cores na mão e alguns rostos familiares sendo encontrados, fora o rock do Zeppelin que agora era a trilha sonora. Mas, as brahmas nas mãos ainda me magoavam bastante, e elas aumentavam como pragas. Ikona foi de Piacenza Weiss de Jabuticada, e só posso dizer que eles não acertaram na mão e nem deviam ter levado essa cerveja para o evento, porque, infelizmente, ele estava ruim. Polly tomou uma JB Beer Pretinha que também deixou a desejar, estava com pouca carbonatação e quase nenhum corpo, mas dava pra sentir um fundo de qualidade ali, com notas de malte tostado BEM suaves no começo do gole.

Pedi uma Mozart Weiss e peguei uma German Pilsen pra Polly. A Weiss veio da garrafa, com uma bela espuma, carbonatação boa que foi se desvanecendo e uma acidez um pouco acima do que seria desejável. Uma boa cerveja, com notas bem cítricas e um cravo discreto no conjunto. A German Pilsen na pressão apresentou um dos cremes mais bacanas do evento, sendo, portanto, cremosa e bem refrescante, com notas de lúpulo BEM florais, uma bela supresa! Fui atrás do American Pilsen da Backer, da nova linha extreme deles, e não me arrependi! A cremosidade do chopp com o amargor potente do estilo - muito floral, um buquê de lúpulo na boca - me deixaram com um sorriso largo no rosto. Madeixa foi da Blackbird, para mim, a melhor da Kud, e claro que não decepcionou, com as notas de malte torrado num fundo potente amargo, não tão frutado e um tanto herbáceo, e agora com a espuma do jeito que deveria ser, colocando aquela camada de creme em cima do primeiro gole e se mantendo fina até os últimos goles. Queríamos fechar com a Smoke on the Water, mas ainda não estava rolando. Nossa grana já minguava e as filas começavam a ficar grandes demais.

Fechamos com a Amber da Áustria, com um leve H2S comprometendo o aroma, mas a suavidade da cerveja mostrava a sua popularidade entre os participantes. Para nós, que estávamos bebendo Kud, faltou o torrado aparecer mais, faltou amargor. Logo lembrando que esse é o objetivo da Krug e não que havia uma falha ou defeito ali, e, talvez se fosse uma primeira, pode ser que tivesse feito maior sucesso entre nós.

Fui embora feliz no final das contas, mas meu voto vai para a Praça dos Quatro Elementos, também em Nova Lima, onde ocorreu o Frei Tuck Biergarten e para mim foi o melhor local de eventos do tipo até hoje.

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